Sobre o livro "Ensaios céticos" de Bertrand Russell

Não se pode ser totalmente cético. Embora a recorrência contemporânea do tema não me surpreenda, reconheço que tais idéias ressoaram contundentes na época. Pontos de vista destituídos de dogmas parciais sobre a opinião incorrem no caminho inerente ao saber estruturado, fundamentado. Neste prisma, a propagação do marxismo enquanto fé, atrai com a manipulação de sentimentos, não com o apelo da razão, deturpando a mensagem original. O autor atribui à propaganda os danos que advém da manipulação por veículos que detém o poder. Bem antes da crítica à massificação feita pela banda Pink Floyd no aĺbum The Wall, acusa o ensino de manipular com suas falácias tendenciosas, o qual defende o governo e ataca qualquer antagonismo, conseqüentemente, manipulando a percepção histórica dos fatos.

Se tratarmos o ateísmo como dogmatismo negativo, podemos observar que sempre estaremos arraigados a alguma crença, mudando a percepção de acreditar em algo externo, alheio a nossa força, mas manipulável com orações corretas. A alternativa é centrar a crença no eu, na busca paranóica do sucesso, sempre com o pensamento da detenção do que se chama felicidade, mas na verdade não passa de uma fuga ou negação do medo.

Perdoem o "copy e cola" da Wikipédia, mas achei conveniente dogmatizá-los um pouco com o ceticismo de Bertrand Russell:
  1. Não tenhas certeza absoluta de nada.
  2. Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
  3. Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
  4. Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
  5. Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
  6. Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.
  7. Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
  8. Encontres mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
  9. Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.
  10. Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.
 Atentem-se à bem humorada contradição do princípio "7". Rs :-)

4 comentários:

  1. Bertrand Russel, in "Ensaios Céticos", escreveu : "O casamento foi a fórmula ideal que a igreja encontrou para tornar o sexo a coisa mais insípida do mundo"

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    1. De fato, horizontes devem ser ampliados para estabelecer o monogâmico padrão vigorante como tragável até a ponta.

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  2. "O casamento foi a fórmula ideal que a igreja encontrou para tornar o sexo a coisa mais insípida do mundo", frase do genial Bertrand Russsel, in "Ensaios Céticos" !!!

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  3. Há outra máxima, igualmente Sábia, do Mestre Budda : "Não aceiteis nada com base em livros, Mestres e Sacerdotes: aceitai apenas uma coisa : aquilo que se encaixar na vossa razão !!!

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