Sobre "Apologia a Sócrates", Platão

Um grande homem frente à morte mostra seu tamanho. Àquele que conhece o que ignora torna-se o maior conhecedor. Sempre saltaremos de caverna em caverna e fugiremos da verdade imanentemente aterradora!
É tão assustador sair da zona de conforto e deparar-se com a bala de canhão a defrontar a fortaleza do conhecimento erigido em nome da deusa Sofia... Quanta presunção! A construção do conhecimento passa pela arrogância da tramagem de conceitos? Por mais que provemos algo sempre ficaremos no a priori. Nos apetecem leis, teoremas, postulados... Alcunhamos-lhes com nossos próprios nomes e nos imortalizamos por isso. Até mesmo números e vidrarias tem nome de gente, como Avogrado, Plank, Elermeyer, Kitassato, Nesler, Paster...

Paradoxalmente tudo que Sócrates deixou foi a deseducação em buscar acúmulos de bens imateriais, parecido com um profeta que viria quatrocentos anos depois, não? Ambos sem deixar nada escrito revolucionaram a forma de pensamento do mundo ocidental... ambos morreram inocentes por serem talentosos nos discursos e jogos de ideias... por trazer cada qual ao seu modo a luz interior dos cidadão comuns... por não acumularem bens materiais e viverem apenas com o que necessitavam... por pregar a lógica contrária que tanto divide a sociedade e torna os homens desiguais... por implicantemente insistirem com seu religare com Deus... Será que os apóstolos sabiam a história de Sócrates ao escreverem os evangelhos? Eu prefiro não questionar suas existências para manter minha fé nesses dois gigantes e incendiários do pensamento.

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