Sobre "Assassinatos na rua Morgue e outras histórias", Edgar Allan Poe

Ao comprar esse livro fiz a aquisição da paixão do livreiro pelo autor. Porém, como toda paixão comprada, esta logo se dissolveu com a primeira leitura mais aguçada do objeto de sentimento alvitrado. Talvez em parte devido ao meu preconceito com autores americanos.

Não posso destituir o mérito da criatividade em tornar o fantástico palpável aos olhos ávidos por desfechos não usuais, embora potencialmente previsíveis. Porém, dada a força das histórias não é passível de perdão o não aprofundamento dos ambientes e personagens. É um pecado com histórias tão instigantes.
Contudo, não posso negar que a história principal em muito lembrou nosso ilustre Conan Doyle, trazendo-me boas lembranças das tardes impúberes em que dedicava-me a concorrer com Sherlock Holmes e Hercule Poirot.

O estilo investigativo é perfeito quando composto no idioma bretão. Pode ser taxativo afirmar, mas a forma sintética do inglês o torna ideal para quando se pretende realizar afirmações claras, sem ambiguidade, como em textos científicos. Já os idiomas latinos ofertam maiores possibilidades a velha efusão lírica. Mas quem sou eu para falar de linguística, hermenêutica, semântica ou seja lá o que for.

Mesmo com as creditadas por mim falhas de estilo, certamente por motivos nostálgicos, voltarei a ler aquele alcunhado como inspirador dos romances policiais do século XIX.
Será que descobri a origem do meu gosto pelo seriado Law & Order?

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