Sobre "A morte de Ivan Ilitch", Tolstoi

A idiossincrasia do morrer. Uma vida típica e estereotipada a prostrar-se aos incertos cortejos da dama do negro capuz. Nem Deus, nem o Limbo. Para Ivan a preocupação maior fora a concreta dor e o abstrato desengano.  Uma cratera a abrir-se fantasmagoricamente no mundo real, um assustador confronto entre a vida vivida o a morte premente. Não, o passado é tão postiço quanto o póstumo futuro, afinal "A morte está acabada". Interessante afirmação para um mundo que a vê como algo eterno. Debruçados inconscientemente no tempo ignoramos o quanto convivemos com Ela, pois ingenuamente:  "Ela tem que vir para os outros, não para mim". "Longe de acostumar-se com a ideia, simplesmente não conseguia entende-la". É o que acontece ao desavisado mortal adimensionalmente distante da pericibilidade. Um livro ganho no natal e terminado no meio do ano... e com menos de cem páginas... Denso como o fio da foice...

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