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Perco a dama, como sempre
A observo, fujo de seu olhar.
Ao cair do cavalo desfaleço.
Xeque-mate! Precoce findar.
Indago, que bruto sentimento!
Será este que arde sem se ver?
Se não o vejo, portanto, é traiçoeiro.
Ergueu-se imperioso com seu nevoeiro.
A carne falha e viciosa
Deleita-se com saliva e calor
Na orgia funda e pecaminosa
Fulgurante desejo, derradeiro fragor.
Perco-te a cada dia que finda.
Somente tua imagem na retina.
Brada o mar e seu eterno murmúreo
És intangível como o horizonte cerúleo.
Padecimentos, afrontas sem explicação.
Milhões de seres em mim, uma nação.
Entre heróicos e covardes apáticos.
Moldam-me amorfo, poderoso e fraco.
Como pode tamanha devoção?
O sono mirra sem te-la nos pensamentos.
Salvo-te de mil perigos e enfrentamentos.
Do corcel altivo dou-te proteção.
Abraça-me o caminho é longo.
Aurora nova refletindo sua íris.
Arrebol airoso, face de Ísis.
Amor galopante, vermelho congo.
Emanas o vistoso acalentar
Gotejas o copioso estremecer.
Erupções de esmeraldas, seu olhar.
Incandescentes volúpias, fenecer.
E admirando vejo-a construir um lar.
Do ventre vem surgindo o mundo.
Nas tormentas sempre a vagar,
Resolvendo a vida sigo rotundo.
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